sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Continente Africano


  O Continente Africano
  África Entre a Riqueza e Pobreza
A África é o continente mais pobre do mundo.
Seu quadro social é desolador!
  Principais atividades Econômicas do continente Africano
Do ponto de vista econômica, a principal atividade econômica do continente é a mineração.
Além de ouro e diamante o continente africano possui também riquezas em seu subsolo, como petróleo, gás natural, urânio, bauxita, cobre e manganês.
Curiosamente, o continente que tem bilhões de barris de petróleo ao Sul do Saara e inúmeras jazidas de gás natural, 90% da energia utilizada provém da lenha.
Apenas 30% da produção petrolífera africana se destina ao mercado interno; o restante é exportado.
  A agricultura é a segunda atividade econômica mais importante da África.
É praticada de três formas:
Agricultura de subsistência –
Desenvolvida pelos nativos nas áreas de floresta e nas savanas, hoje está quase tão somente nas mãos de mulheres.
  Agricultura permanente –
Realizada pelos berberes do Marrocos, por felás do Egito e também por povos negros da África central que empregam técnicas rudimentares de rodízio das terras.
Plantation
Cultivo de produtos tropicais em grandes áreas, voltada para a exportação.
  Principais produtos agrícolas exportados pela África:
Café, cacau, borracha, cana-de-açúcar, algodão, amendoim e azeite-de-dendê.
As guerras e a contaminação de milhões de pessoas pelo vírus HIV são problemas que comprometem ainda mais a produção agrícola africana.
Em prol dos cultivos de exportação, a agricultura de subsistência está sendo praticada em áreas periféricas e menos produtivas. Esse processo fez com que desde 1980 a África deixasse de ser exportadora para se transformar em importadora de alimentos. Hoje o continente possui o setor agrícola menos produtivo do planeta.
  Em 2000, cerca de 200 milhões de africanos, ou seja, quase um quarto da população, passavam fome e cerca de 31 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade sofriam de desnutrição.
  A pecuária é pouco praticada em áreas equatoriais e tropicais; porém na porção norte do continente, Egito, Líbia, Argélia, Marrocos e Tunísia são centros que se dedicam à criação de camelos,, ovinos e caprinos, animais que consomem pouca água.
A importância da agropecuária para a economia do continente e para a sobrevivência de seus habitantes explica por que a população africana continua sendo predominantemente rural. Apenas um terço vive em cidades com mais de 20 mil habitantes.
  O nível de industrialização da África
O continente possui o menor nível de industrialização do mundo.
No norte e no sul do continente, porém existem algumas indústrias desenvolvidas.
  Argélia
Óleos vegetais e máquinas agrícolas.
Egito
Petrolífera, têxtil, alimentícia e siderúrgica.
Zimbábue
Energia e alimetícia
África do Sul
Química, metalúrgica, siderúrgica, têxtil, de papel, de máquinas industriais e equipamentos de transporte
  A África do Sul sozinha é responsável por quase 50% da produção industrial africana.
 

Problemas pós-coloniais
Localização da União Africana.
Um dos legados do colonialismo tem sido a dificuldade de cooperação entre os novos Estados africanos. Há, por exemplo, o problema do mosaico de fronteiras arbitrárias e ilógicas, que em sua maioria assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão imperial e que geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais, geográficas ou étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política e econômica com a metrópole colonial, particularmente forte no caso das ex-colônias francesas, e que persiste até hoje, acarretando inclusive um certo grau de dependência. Além disso, considerações extra-africanas ainda inibem a politica internacional de muitos Estados do continente.
A relativa brevidade da dominação europeia na África teve também como resultado a fixação de instituições e hábitos das várias potências coloniais. A sobreposição de culturas estrangeiras e indígenas criou uma diferença de perspectiva entre os países africanos de língua inglesa e de língua francesa, que tende a dificultar ainda mais as relações entre esses dois grupos de países.
Conscientes desses óbices, muitos lideres africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os problemas do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi a criação, em maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em Adis Abeba. A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana em 9 de julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e Marrocos (1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que tornaram a eclodir em 1977) e entre Quênia e Somália (1965-67), fracassando, porém, em sustar a guerra civil na Nigéria (1968-70). Todos os países africanos independentes pertencem à União Africana.

A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21 N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°5115 S, vai uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude 17°3322 W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°2752 E, vai uma distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km.
Localização
Com uma área territorial de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, o continente africano é o terceiro em extensão. Cortam a África, três dos grandes paralelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Há cinco diferentes fusos horários. O continente tem o formato aproximado de um crânio humano visto de lado com o nariz - a península da Somália - apontado para leste.
Estendendo-se de 37 graus de latitude norte a 34 graus de latitude sul e de 18 graus de longitude oeste a 51 graus de longitude leste, o território africano distribui-se pelos quatro hemisférios do planeta Terra. Por outro lado, está compreendido em apenas duas zonas climáticas: a zona intertropical (equatorial e tropical norte e sul) e temperada do norte e do sul.
A África apresenta litoral pouco recortado e é banhada, a oeste, pelo oceano Atlântico; a leste, pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar Vermelho.
Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o golfo da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no leste do continente, a península da Somália, chamada também de Chifre da África, e o golfo de Áden, formado por águas do oceano Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia. Ao sul, encontra-se o cabo da Boa Esperança.
A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-se algumas, formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias e a Ilha da Madeira, bem como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontram-se uma grande ilha — a de Madagáscar — e outras de extensão reduzida, entre as quais Comores, Maurício e Seychelles.
Relevo
O continente africano visto do Espaço.
O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta considerável altitude média - cerca de 750 metros. As regiões central e ocidental são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos.
Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.
Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se localizam os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro (5895 metros), o monte Quênia (5199 metros) e o Ruwenzori (5109 metros).
Mapa topográfico do Saara.
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul do continente:
Completando uma visão do relevo africano, é possível observar ainda a existência de antigos maciços montanhosos em diferentes pontos do continente: o da Etiópia, formado a partir de erupções vulcânicas, o de Fouta Djalon e o de Hoggar, além de vários outros.
O Planalto dos Grandes Lagos assinala o início de inclinação do relevo africano, do leste para o continente, que favorece a drenagem de bacias fluviais interiores, como as dos rios Congo, Zambeze e Orange.
Clima
Mapa climático da África de acordo com a Classificação climática de Köppen-Geiger.
A linha do Equador divide a África em duas partes distintas: o norte é bastante extenso no sentido leste-oeste; o sul, mais estreito, afunila-se onde as águas do Índico se encontram com as do Atlântico. Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da Terra, apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari.
O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos. No Magrebe, a agricultura é importante, cultivando-se vinhas, oliveiras, cítricos e tâmaras, enquanto que no sul, principalmente na península do Cabo, o vinho, introduzido pelos imigrantes franceses, no século XVII, é igualmente uma fonte de riqueza local.
A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari.
Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente. Situam-se tanto ao norte (Dyif, Iguidi, da Líbia - nomes regionais do Saara) quanto ao sul (da Namíbia - denominação local do Deserto de Calaari).
Hidrografia
O Rio Nilo como visto do espaço sideral.
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens.
A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 quilômetros. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados, cinco vezes mais extensa que o estado de Minas Gerais. O vale do rio Nilo, abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura, onde as principais culturas são o algodão e o trigo. As grandes civilizações egípcia e de Meroé, na Antiguidade existiram, em parte, em função de seu ciclo anual de cheias.
Além do Nilo, outros rios importantes para a África são o Congo, o Níger e o Zambeze. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica. Este último, com quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os lagos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.
Vegetação
Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está sujeita às influências marítimas, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área concentra-se a maior parte da população branca do continente.
Leão descansando na Namíbia.
Como parte significativa de sua vegetação está preservada, a África conserva ainda numerosos espécies de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo, principalmente, para aves e macacos; as savanas e estepes reúnem antílopes, zebras, girafas, leões, leopardos, elefantes, avestruzes e animais de grande porte em geral.
Regiões
Os contrastes presentes na África manifestam-se em diversos níveis: suas paisagens são diversificadas; os povos que a habitam, pertencentes a várias etnias distintas, expressam-se em múltiplos idiomas ou dialetos e professam diferentes credos religiosos. Além disso, movimentos separatistas têm frequentemente alterado as feições políticas do continente, em que atualmente se contam 53 Estados autônomos e seis territórios não-independentes.
Por isso, agrupar os países da África em conjuntos homogêneos não constitui tarefa simples. Entretanto, por razões didáticas, vamos dividir o continente em cinco regiões principais: África do Norte, África Ocidental, África Centro-ocidental, África Centro-oriental e África Meridional.
A porção setentrional do continente é a mais extensa, comportando três subdivisões: os países do Maghreb, os países do Saara e o vale do Nilo.
Vista aérea de Argel, a capital da Argélia.
A palavra maghreb, de origem árabe, significa "onde o Sol se põe", ou seja, o ocidente. Essa sub-região corresponde ao noroeste africano e engloba o Marrocos, a Argélia e a Tunísia.
Na paisagem, os traços físicos mais marcantes são a Cadeia do Atlas, junto ao Mar Mediterrâneo, e o grande Deserto do Saara em que se distinguem dois trechos: um dominado por dunas arenosas, conhecido por Erg, e outro bastante pedregoso, denominado Hamadas.
Magrebe, a parte ocidental do mundo árabe.
O clima da região é do tipo mediterrâneo na vertente norte do Atlas e do tipo desértico ao sul dessa cadeia. A população distribui-se de modo irregular: é densa nas áreas mais úmidas e, naturalmente, escassa nas áreas desérticas, onde predominam os árabes e os berberes, que geralmente professam o islamismo.
Em virtude de condições naturais desfavoráveis, a agropecuária é pouco desenvolvida, embora empregue grande parte da população ativa desses países. Destaca-se a agricultura mediterrânea, em que se cultivam vinhas, oliveiras, cítricos e tâmaras. Pratica-se a pecuária extensiva nas áreas semiáridas e a pecuária nômade no deserto.
Ricos em minérios, de que são grandes exportadores, os países do Maghreb conseguiram implantar vários centros industriais de destaque, como Argel, Túnis, Orã, Casablanca, Rabat, Fez e Marrakesh, que são algumas das maiores e mais belas cidades da África.
A Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo também membro da OPEP. Marrocos e Tunísia são grandes exportadores de fosfatos, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.
Mapa topográfico do Saara
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos permite agrupar Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Líbia na mesma sub-região. A aridez do solo e a predominância do clima desértico não favorecem as atividades econômicas; os obstáculos para a implantação de indústrias são muitos, e a agricultura só é possível junto aos oásis e em curtos trechos do litoral.
Tais restrições do meio conduzem ao nomadismo grande parte da população, que, formada basicamente por negros e árabes, tem a pecuária como principal atividade econômica. Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro e urânio.
A Líbia é o país mais importante desse grupo, tanto pela produção petrolífera quanto pela controvertida política externa, que tem chamado a atenção do mundo, em diversas ocasiões.
Inclui-se ainda nessa sub-região o território do Saara Ocidental, que até 1976 pertenceu à Espanha e ainda não conseguiu tornar-se uma nação independente, pois é disputado pelo Marrocos, pela Mauritânia e pela Argélia, que pretendem anexá-lo ao seu território. Isso porque, entre outras razões, essa é uma região muito rica em fosfato.
Apesar de Egito e Sudão também se encontrarem em meio ao Deserto do Saara, a presença do rio Nilo permite que os agrupemos em outra sub-região. Formado pelos rios Nilo Branco e Nilo Azul, o Nilo atravessa todo o território desses países, proporcionando melhores condições de vida para suas populações.
O vale por onde corre apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. Em consequência desse fato, Egito e Sudão contam com uma população numericamente superior à dos outros países em que o deserto se faz presente. O Cairo é, aliás, a mais populosa cidade africana e uma das maiores do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes.
Há predominância de brancos, principalmente árabes e berberes, mas é grande a presença de negros na parte meridional do Sudão.
Sustentáculo da economia local, a atividade agrícola responde por uma grande produção de algodão, à qual se seguem as colheitas de milho, trigo e arroz. O cultivo não ocorre apenas nas terras próximas às margens do Nilo, pois foram construídas várias barragens que possibilitam a irrigação de áreas desérticas relativamente distantes do leito.
Pouco significativa no Sudão, a indústria é no Egito mais desenvolvida e diversificada, notadamente a siderúrgica, a elétrica e a têxtil, bem como as de produtos químicos e alimentícios. Também em solo egípcio encontram-se reservas de petróleo e gás natural, além de ferro, fosfato e potássio.
Esse quadro, aliado à posição estratégica, confere ao Egito o título de país mais importante da sub-região, cujas cidades principais são Cairo, Alexandria ambas egípcias e Cartum (no Sudão).
Mapa do Golfo da Guiné
Essa região situa-se entre o Deserto do Saara e o Golfo da Guiné e abrange 17 países independentes, alguns de reduzida área territorial.
Os terrenos são antigos e, por essa razão, bastante erodidos, verificando-se a presença de formações rochosas cristalinas. Devido à sua posição geográfica, a região apresenta clima equatorial, com áreas de savanas ao norte e densas florestas ao sul, onde os índices de pluviosidade são mais elevados.
Em virtude dessas características, a África Ocidental possui densidade demográfica maior que a da região do Saara. Concentra-se na Nigéria 60% de sua população, composta por negros do grupo sudanês.
Todos os países são economicamente subdesenvolvidos, constituindo a agricultura sua atividade predominante. A lavoura de subsistência alterna-se com o cultivo de produtos tropicais destinado à exportação - café, cacau, amendoim, banana e borracha.
A industrialização local, em expansão, depende em grande parte do capital estrangeiro. Os países mais desenvolvidos no setor são: Nigéria, Costa do Marfim e Senegal. Regiões
Os contrastes presentes na África manifestam-se em diversos níveis: suas paisagens são diversificadas; os povos que a habitam, pertencentes a várias etnias distintas, expressam-se em múltiplos idiomas ou dialetos e professam diferentes credos religiosos. Além disso, movimentos separatistas têm frequentemente alterado as feições políticas do continente, em que atualmente se contam 53 Estados autônomos e seis territórios não-independentes.
Essa região agrupa quatro países: República Centro-Africana, Congo, República Democrática do Congo e Angola. Situa-se na porção equatorial do continente, limitada pelo Atlântico a oeste e por altas escarpas montanhosas e grandes falhamentos a leste, verificando-se, no restante do território, a alternância de planaltos e planícies cortados por rios caudalosos.
O clima é quente e úmido nos países mais ao norte, verificando-se aí a presença de florestas equatoriais. Mais ao sul da região predominam o clima tropical e a formação vegetal das savanas.
Trata-se de uma região de baixa densidade demográfica, cuja população compõe-se basicamente de negros, pertencentes em sua maioria ao grupo banto. As principais concentrações humanas ocorrem no Zaire e em Angola.
A agricultura assemelha-se à da África Ocidental. A exploração mineral é muito importante para o Zaire e Angola, onde se encontram jazidas de cobre, cobalto, manganês e ferro. O extrativismo vegetal, notadamente de madeira, reforça a economia da região.
Como em quase todo o continente, as indústrias são escassas, mas as descobertas de lençóis petrolíferos na faixa litorânea e o grande potencial hidrelétrico desses país es oferecem-Ihes perspectivas de progresso.
Imagem de satélite de Adis Abeba, a capital da Etiópia, situada a 2.400 metros de altitude.
Compreendida entre a Bacia do Congo e as águas do Mar Vermelho e do Oceano Índico, esta região agrupa dez países: Eritreia, Etiópia, Djibuti, Somália, Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi e Seychelles. Sua paisagem é bastante diversificada, verificando-se, em meio a poucas planícies e planaltos elevados, a presença de maciços montanhosos, grandes falhamentos, muitos vulcões e lagos. Predomina o clima tropical, com temperaturas atenuadas pela altitude. A vegetação também oferece um quadro variado: florestas equatoriais, savanas, estepes e formações típicas de áreas desérticas.
Tampouco sua composição étnica revela-se homogênea: na Península da Somália, conhecida como Chifre da África por causa do formato peculiar, a população predominante é de negros do grupo banto, ao passo que em outras áreas encontra-se expressivo número de camitas, árabes, indianos e europeus. O contingente que habita a zona rural é mais numeroso do que o urbano; dentre as cidades, destacam-se Nairóbi, Mogadíscio e Adis-Abeba.
A economia regional baseia-se na agricultura, que, organizada principalmente segundo o sistema de plantation, dedica-se aos produtos de exportação, como o café e o algodão. Os escassos recursos minerais consistem em pequenas jazidas de ouro, platina, cobre, estanho e tungstênio. Também nessa região a industrialização não atingiu um satisfatório grau de desenvolvimento.
A África Centro-oriental é uma das regiões mais pobres e conflituadas do continente e tem vivido crises de seca e fome (Somália e Etiópia) e sangrentos conflitos étnicos, como entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.
Centro de Joanesburgo, cidade mais rica da África do Sul.
Esta região, atravessada pelo Trópico de Capricórnio, é composta de doze Estados independentes. Em seu relevo predominam planaltos circundados pelas baixas altitudes da faixa litorânea. Em correspondência com o clima, que varia do tropical úmido ao desértico (na região do Calaari), passando pelo mediterrâneo, encontra-se uma vegetação também diversificada, em que se verifica a presença de savanas, estepes e até mesmo florestas (junto à costa do Oceano Índico).
As reservas minerais constituem seu principal sustentáculo econômico. Destaca-se a mineração na África do Sul (ouro, diamantes, cromo e manganês) e na Zâmbia (cobre e cobalto). Como atividade geradoras de renda pode-se citar ainda a agricultura, representada por produtos de clima mediterrâneo (vinhas, oliveiras e frutas) e de clima tropical (cana-de-açúcar, café, fumo e algodão), além da criação extensiva de gado bovino.
Na África do Sul, o país mais industrializado do continente, as indústrias concentram-se nas regiões metropolitanas de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban. Este país teve a segregação racial oficializada pelo apartheid. Através desse regime, 15,5% da população, formada por brancos, dominava o país até 1994. As desigualdades sociais entre brancos e não-brancos são muito grandes.
A Namíbia - país independente desde 1990 - esteve subordinada à África do Sul por 70 anos. Originalmente colonizada por alemães, passou para o controle sul-africano após a Primeira Guerra Mundial. O primeiro governante eleito da Namíbia independente foi Sam Nujoma, líder do movimento guerrilheiro por 30 anos.

Etnias

Mulher com tradicional vestimenta queniana.
A maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, teoria que implica manifestações de preconceito racial em outros continentes como América e Europa, por exemplo, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara - por isso mesmo denoninada África Branca. São principalmente árabes, egípcios e bérberes, entre os quais se incluem os etíopes e os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus e descendentes de europeus. Estes últimos estão presentes também, na África do Sul e são em sua maioria originários das Ilhas Britânicas e dos Países Baixos.
Ao sul do Saara temos a chamada África Negra, povoada por grande variedade de grupos negróides que se diferenciam entre si principalmente pelo aspecto físico, mas também por diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que falam. Os grupos mais importantes são:
Mulher khoisan de Botswana.
Além dos negros e dos brancos, encontramos na África os malgaxes, povo de origem malaia que habitou a ilha de Madagáscar, os indianos trazidos pelos colonizadores ingleses para a África Oriental, além de um pequeno número de imigrantes chineses.

Religiões

Mapa religioso da África.
Em correspondência com os diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três religiões principais: o islamismo, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos do continente; e o animismo, seguido em toda a África Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número de seitas politeístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos da natureza sobre o destino dos homens.

Línguas

Ver artigo principal: Línguas africanas
Mapa linguístico da África.
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais são: árabe, inglês, francês, português, espanhol e africâner, língua oriunda do neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandeses, alemães e franceses da África do Sul e da Namíbia.

Política

Ver artigo principal: Política da África
Apesar de se registrarem atualmente na África muitos conflitos de caráter político, como o da Costa do Marfim e o do Sudão, e muitas situações irregulares, como a de Angola, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos. As únicas exceções neste momento são a Somália, que não tem sequer um estado organizado e o Saara Ocidental, ocupado por Marrocos.
No entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas como sujas por fraude, tanto internamente, como pela comunidade internacional. Por outro lado, ainda subsistem situações em que o presidente ou o partido governamental se encontram no poder há dezenas de anos, como são os casos da Líbia e do Zimbabwe.
Em geral, os governos Áfricanos são repúblicas presidencialistas, com exceção de três monarquias existentes no continente: Lesoto, Marrocos e Suazilândia. Cabo Verde adotou o regime parlamentarista.


Economia

Ver artigo principal: Economia da África
A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírus HIV do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui sozinha um quinto do PIB de toda a África.
Distinguindo-se pelas elevadas taxas de natalidade e de mortalidade e pela baixa expectativa de vida e abrigando uma população jovem, a África caracteriza-se pelo subdesenvolvimento. Aparecendo ao mesmo tempo como causa e consequência desse panorama, os setores econômicos em que os países africanos apresentam algum destaque constituem herança do seu passado colonial: o extrativismo e a agricultura - setores em que são baixos os investimentos e o custo da mão-de-obra - cuja produção é destinada a abastecer o mercado externo.
A incipiente industrialização do continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos do território. Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao setor industrial altamente desenvolvido de países do Primeiro Mundo, ou mesmo de Terceiro Mundo, mas industrializados, como o Brasil.

Extrativismo

A África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os diamantes da África do Sul, do Zaire e de Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas como petróleo e gás natural, explorados principalmente na Nigéria, no Gabão, na Líbia, na Argélia e no Egito. O subsolo africano fornece também em abundância os seguintes minerais: antimônio (África do Sul), fosfatos (Marrocos, grande produtor mundial), manganês (Gabão e África do Sul), cobre (Zâmbia e Zaire), urânio (África do Sul e Gabão).
Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais estar a cargo de companhias europeias ou norte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma infraestrutura - equipamentos, técnicas e meios de transporte - visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.
Mapa da África mostrando a pesca e a aquacultura.
A caça, a pesca e a coleta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de renda para a grande parcela da população africana. No extrativismo animal, figuram em primeiro plano o comércio de couro e de peles em Burkina Fasso, Botsuana e Djibuti, e o de marfim na África do Sul, Congo, Moçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece como principais produtos: madeiras, resinas e especiarias, nos países cobertos parcialmente pela floresta equatorial; óleo de palmeira, no Benin e na Costa do Marfim; tâmaras, nos países desérticos.

Agropecuária

A agricultura do continente africano apresenta-se sob duas formas: a de subsistência e a comercial. A primeira é rudimentar, itinerante e extensiva - planta-se em grandes extensões de terra, que são cultivadas anos seguidos, até ocorrer o esgotamento do solo. Em seguida, busca-se outra área, em que se repete o mesmo processo. Trata-se de um sistema pouco produtivo, cujas colheitas abastecem, em geral, apenas os próprios agricultores. Como principais produtos de cultivo citam-se inhame, mandioca, milho, sorgo, batata e arroz.
A forma comercial de agricultura está representada pela plantation, sistema introduzido pelos europeus no, período colonial; baseia-se na monocultura de gêneros tropicais em grandes extensões de terra, com produção voltada para o mercado externo. Muitas vezes as propriedades encontram-se sob o comando de grandes empresas agroindustriais, que encaminham os artigos agrícolas para o processamento industrial. Enquadram-se nesse caso o algodão e a borracha, bem como o cacau, o café e o amendoim.
Devido às condições naturais pouco propícias à criação de gado bovino, a África tem na pecuária uma atividade econômica de limitado alcance, em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é para a criação de carneiros na África do Sul e na Etiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões de estepes. Nos países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários, animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhos caprino e ovino também são significativos.

Indústria e transportes

Vista da Cidade do Cabo.
Todos os países do continente, exceto a África do Sul, fazem parte do Terceiro Mundo e, como não poderia deixar de ser, exibem os mesmos problemas que caracterizam os integrantes desse bloco, agravados ainda pelo fato de que em boa parte da África a descolonização ocorreu recentemente.
Assim, toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente, fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez de capitais, a falta de mão de obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício ao desenvolvimento. Mesmo a grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.
Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeiras, óleos comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para exportação.
Mapa de transportes da África.
Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, da energia elétrica e das matérias-primas, muitas indústrias de origem europeia e norte-americana instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cuja exportação lhes possibilita altas margens de lucro.
As indústrias têxteis e alimentares, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, usinas hidrelétricas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente.
O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao desenvolvimento industrial. Implantado pelos colonizadores, tinha como principal finalidade possibilitar o escoamento de matérias-primas e gêneros agrícolas para os portos marítimos, de onde os produtos seguiam para as metrópoles. Por isso, hoje a África ressente-se da falta de uma rede rodoviária e ferroviária que interligue eficazmente suas regiões.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura da África
A cultura da África reflete a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o território terrestre habitado há mais tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie humana surgiu; os mais antigos fósseis de hominídeos encontrados na África (Tanzânia e Quênia) têm cerca de cinco milhões de anos. O Egito foi provavelmente o primeiro estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos (por exemplo, Axum, o Grande Zimbabwe). Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas.
O continente africano cobre uma área de cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, um quinto da área terrestre da Terra, e possui mais de 50 países. Suas características geográficas são diversas e variam de tropical úmido ou floresta tropical, com chuvas de 250 a 380 centímetros a desertos. O monte Kilimanjaro (5895 metros de altitude) permanece coberto de neve durante todo o ano enquanto o Saara é o maior e mais quente deserto da Terra. A África possui uma vegetação diversa, variando de savana, arbustos de deserto e uma variedade de vegetação crescente nas montanhas bem como nas florestas tropicais e tropófilas.
Como a natureza, os atuais 800 milhões de habitantes da África evoluíram um ambiente cultural cheio de contrastes e que possui várias dimensões. As pessoas através do continente possuem diferenças marcantes sob qualquer comparação: falam um vasto número de diferentes línguas, praticam diferentes religiões, vivem em uma variedade de tipos de habitações e se envolvem em um amplo leque de atividades econômicas.

Tribos e grupos étnicos

A África é o lar de inumeráveis tribos, grupos étnicos e sociais, algumas representam populações muito grandes consistindo de milhões de pessoas, outras são grupos menores de poucos milhares. Alguns países possuem mais de 20 diferentes grupos étnicos. Todas estas tribos e grupos possuem culturas que são diferentes, mas representam o mosaico da diversidade cultural africana.
Estas tribos e grupos étnico/social incluem os Afar, Éwés, Amhara, Árabes, Ashantis, Bacongos, Bambaras, Bembas, Berberes, Bobo, Bubis, Bosquímanos, Chewas, Dogons, Fangs, Fons, Fulas, Hútus, Ibos, Iorubás, Kykuyus, Masais, Mandingos, Pigmeus, Samburus, Senufos, Tuaregues, Tútsis, Wolofes e Zulus.

Problemas atuais

Fome

Crianças somalis esperando pela ajuda americana da Operação Good Relief em 1992.
Várias regiões de África são assoladas com frequência por crises de falta de alimentos, principalmente nas zonas rurais. Destacam-se as zonas subáridas do Sahel, desde a Mauritânia até ao Corno de África, e as que se encontram à volta do Deserto do Kalahari. Nestas áreas sucedem-se anos de seca, por vezes alternando com inundações que também destroem culturas, para além de obrigarem as populações a deslocar-se das suas zonas habituais.
Para além do fator climático, que alguns cientistas afirmam estar a agravar-se com o aquecimento global, existem ainda causas culturais, que se podem associar à colonização do continente pelas potências europeias no final do século XIX. Por um lado, a urbanização associada ao abandono das zonas rurais, onde não se promoveu o desenvolvimento económico e social, diminuiu a capacidade de produção agrícola, que era fundamentalmente de subsistência; por outro lado, os governos coloniais introduziram no campo a obrigatoriedade das culturas de produtos para exportação, que contribuíram, não só para a diminuição das áreas e da capacidade de cultivo de produtos alimentares, mas também para o empobrecimento dos solos.
Durante os últimos 30 anos do século XX, a seguir à descolonização da África, poucos governos souberam reverter a economia extrativista, que era sua a principal fonte de rendimento, além de incentivada pelos países ocidentais e pelo bloco socialista durante a guerra fria, que necessitavam desses produtos para o seu desenvolvimento. A fraca capacidade de investimento em infraestruturas, apenas parcialmente sanada nos primeiros anos do século XXI pela mudança de políticas das instituições financeiras internacionais, eternizou a falta de condições em termos de saúde e educação, mantendo assim as populações sem capacidade para produzir o suficiente para alimentar todo o país.
Por outro lado, com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança. A necessidade de produzir para exportação impede que se pratique o sistema de descanso da terra, que se esgota rapidamente e nem mesmo o uso de fertilizantes consegue recuperar. A pecuária extensiva e o nomadismo, tradicionalmente praticadas no continente, também causam danos às paisagens africanas, pois os rebanhos acabam com as já reduzidas pastagens, sendo atingidos pela fome, da mesma forma que a população.
Finalmente, os conflitos armados que assolam o continente são outro fator de empobrecimento, resultando em milhões de deslocados e refugiados sem capacidade produtiva; nas regiões em guerra, são as agências internacionais e as organizações não-governamentais que tentam assegurar as condições mínimas de saúde e alimentação, ao invés de se fazer um verdadeiro esforço para sanar as causas dos conflitos que, muitas vezes, estão associados à injustiça na propriedade dos recursos naturais e na distribuição da riqueza proveniente da sua exploração.

Colonização europeia e guerras

Mapa de África Colonial em 1913.
██ Bélgica
██ França
██ Alemanha
██ Itália
██ Portugal
██ Espanha
██ Estados independentes (Libéria e Etiópia)
A atual divisão política da África somente se configurou nas décadas de 60 e 70. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias - Reino Unido, França, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha -, que o dividiram em zonas de influência adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem a independência, os países africanos tiveram de se moldar às fronteiras definidas pelos colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertencentes às mesmas tribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes e submetia-os, por outro lado, à influência de valores europeus.
Em muitos desses novos países, após a independência, houve inevitáveis revoltas separatistas e golpes de Estado que terminaram por instaurar ditaduras. Seguindo diretrizes capitalistas ou socialistas, os governos assim constituídos distinguiam-se sempre pela perseguição política, que chegava a culminar em torturas e massacres dos opositores.
Em grande parte dos casos, a independência política não foi total, pois geralmente os novos países mantiveram laços econômicos com as ex-metrópoles e, durante a Guerra Fria, alguns ligaram-se às grandes potências (Estados Unidos e extinta União Soviética) em busca de assistência militar e econômica.
De tudo isso resulta a existência de muitos focos de conflito no continente. Em alguns casos trata-se de lutas de caráter político: grupos que pretendem conquistar o poder se confrontam com os que detêm o domínio da região. Em outros, o motivo principal é o separatismo, originado pela artificialidade das fronteiras coloniais herdadas.

Culinária da África

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.





Se alguma vez existiu uma culinária africana, no sentido de típica de todo o continente – o que é pouco provável, devido às suas enormes dimensões, tanto geográficas como humanas – essa culinária perdeu-se ao longo da história. Os africanos, como os povos dos restantes continentes, receberam “frutos” de todo o mundo, que incorporaram na sua dieta, assim como as próprias técnicas culinárias.
Se quisermos encontrar algum fator comum na alimentação dos africanos, temos primeiro que dividir o continente em duas regiões:
Ao contrário do norte de África, onde a base da alimentação é uma espécie de pão, na África subsaariana tradicionalmente é uma massa cozida em água que acompanha – ou é acompanhada – por diferentes guisados e grelhados. No entanto, o arroz e a batata aclimataram-se bem em várias regiões de África e atualmente pode dizer-se que metade das refeições têm estes vegetais como fonte de energia.
Na África austral e oriental, principalmente junto à costa, é o milho, moído em grandes pilões ou nas modernas moagens, que serve para fazer o substrato da culinária africana. Nas regiões mais afastadas da costa, é o sorgo o cereal indígena que cumpre este papel, enquanto que na África ocidental o fufu é feito com os tubérculos do inhame e doutras plantas típicas dessas paragens. A mandioca, outro visitante de outras paragens que se radicou em África, é igualmente uma das fontes de energia utilizada nas regiões mais secas.
Então uma refeição “tipicamente africana” – normalmente consumida ao fim da tarde, depois do dia de trabalho – é formada por um grande prato de arroz ou massa de um dos vegetais mencionados acima, que é normalmente dividido criteriosamente pelos membros do agregado familiar, e uma panela com um guisado ou uma salada que acompanha um peixe ou naco de carne grelhada. Em relação a este “caril” (como se chama ao acompanhamento mais ou menos proteico da refeição em Moçambique), a divisão já tem regras mais rígidas, relacionadas com a divisão de trabalho na sociedade tradicional: o chefe da família tem direito ao melhor bocado, a seguir os restantes adultos e as crianças ficam praticamente com os restos, uma vez que durante as suas brincadeiras elas sempre vão comendo frutos ou mesmo um passarito que lhes apareça à frente.
Isto refere-se evidentemente às famílias que vivem nas zonas rurais – nas cidades, apesar da maior disponibilidade e variedade de alimentos, só uma pequena parte da população tem acesso a uma alimentação melhor que no campo. A maior diferença entre a refeição do africano rural e do pobre das cidades é o conjunto dos utensílios usados para cozinhar e servir os alimentos e do combustível utilizado; e, mesmo assim, as famílias rurais que têm ou tiveram um dos seus membros a trabalhar num país diferente por contrato, têm normalmente louça de cozinha e de mesa própria das cidades.
O “caril” típico em África é um guisado de vegetais, por vezes reforçado com uma pequena quantidade de peixe ou carne seca mas, na maior parte das vezes, a proteína é essencialmente vegetal. É comum em várias regiões – embora não seja um continuum – usar amendoim pilado como base do caril; o feijão, de que existe um grande número de variedades locais, é também uma importante fonte de proteínas. Naturalmente que as famílias de pescadores e, em geral, as pessoas que vivem junto à costa têm uma maior proporção deste tipo de proteína nas suas dietas mas, pelo contrário, os agricultores, que normalmente possuem também animais domésticos, não usam com tanta frequência a sua carne na alimentação diária. A carne, mesmo de galinha, é muitas vezes a “proteína do domingo” ou de celebrações especiais (casamentos, culto dos mortos, etc.)
Esta descrição pode dar a entender que a culinária africana é pobre ou monótona, mas isso não é verdade – o que se pretendeu foi alinhar alguns traços comuns da dieta dos africanos, que não se pode considerar pouco nutritiva nem insípida. Para além dos frutos da terra que dão, por exemplo, o azeite de dendé, os africanos adoptaram e cultivam mesmo um grande número de especiarias provenientes do resto do mundo – a ilha de Zanzibar, na Tanzania, foi durante algum tempo o maior produtor mundial de cravo da Índia, aparentemente originário da Indonésia. A África, em geral, adoptou igualmente as receitas culinárias dos povos que a visitaram ou que ali se radicaram e um bom exemplo desta mestiçagem alimentar é a feijoada à moda do Ibo.
Uma fruta muito conhecida na África meridional é a marula, uma variedade de noz comum na região. Abuceteira(ou árvore da marula) é uma árvore de tamanho mediano originária das savanas e encontrada na África do Sul e da região da África oriental. Caracteriza-se por um tronco único cinzento e copa de folhas verdes, podendo atingir 18 metros de altura em baixas altitudes e pradarias abertas, típicas da savana. O licor de amarula produzido a partir da fruta é uma bebida africana exportada e comercializada em várias partes do mundo.



DIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO DA ÁFRICA
20 de Novembro de 2006
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC
Este ano, o tema do Dia da Industrialização da África -- “O desenvolvimento industrial sustentável, meio de luta contra a pobreza” – sublinha o papel que o desenvolvimento sustentável pode e deve ter na realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e na promoção do progresso social e econômico na África.
O desenvolvimento industrial sustentável parece ter dificuldade em tornar-se realidade neste continente, que fica atrás de todos os outros em matéria de crescimento industrial e de criação de emprego. Durante os últimos 15 anos, a parte da produção industrial mundial que corresponde a África tem-se mantido no mesmo nível -- 1%.
No entanto, há agora mais perspectivas de melhoria da situação social e econômica. O crescimento econômico conheceu uma aceleração, em muitos países de baixo rendimento, graças ao qual um número considerável de pobres poderia libertar-se da pobreza absoluta. É verdade que, em certos países, o crescimento abrandou e as metas em termos de redução da pobreza não foram atingidas, mas muitos outros estão no bom caminho para alcançar o objetivo de reduzir a pobreza para metade, até 2015.
Apesar destes progressos, há ainda muito a fazer e não só nos países onde se tem registrado um crescimento lento ou negativo. Mesmo aqueles que avançaram não poderão manter o presente impulso, se não se empenharem energicamente e com persistência em alargar e diversificar a base em que assenta a economia da África, através do desenvolvimento industrial sustentável, das trocas comerciais e da integração dos mercados regionais. A necessidade é especialmente premente nos setores que fornecem os principais meios de subsistência à maioria dos pobres do continente, por exemplo, a agroindústria e as pequenas e médias empresas.
A União Africana tem consciência da importância do desenvolvimento industrial sustentável para o futuro da África. Reconheceu que se trata de uma componente da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, sob a forma de Iniciativa para o Reforço das Capacidades Produtivas da África, lançada pelos ministros da indústria do continente e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. Além disso, consagrará a sua cúpula de 2007 ao tema da industrialização da África.
Neste Dia da Industrialização da África, reafirmo a nossa determinação de apoiar esses esforços e de criar um futuro mais próspero para todos os Africanos.

20 de Novembro de 2004
Fonte: Centro Regional de Informação da ONU em Bruxelas - RUNIC
Este ano, o tema do Dia da Industrialização daÁfrica é “Reforçar a Capacidade Produtiva para Lutar contra a Pobreza no quadro da NEPAD”.
O desenvolvimento industrial sustentável pode ser uma arma poderosa contra a pobreza e a fome. Uma boa política macroeconômica e uma boa governabilidade figuram entre as condições essenciais. O mesmo se pode dizer das oportunidades de comércio para os produtos da África e o investimento, tanto interno como estrangeiro, no continente. Mas nem mesmo estas condições são suficientes, se não nos concentrarmos especificamente em libertar a energia produtiva de África.
Isso significa prestar mais atenção aos recursos humanos, assegurando uma saúde, educação e formação melhores. Significa desenvolver o setor privado da África, recompensando o espírito empresarial e estabelecendo uma ligação entre as pequenas e médias empresas e as cadeias regionais e mundiais de abastecimento e de valorização.
A Nova Iniciativa para o Desenvolvimento da África (NEPAD) reconhece a importância do setor industrial para a promoção do emprego e o aumento dos rendimentos e a sua constribuição para a estabilidade social na reconstrução em períodos pós-conflito. Em Julho passado, durante a cúpula da União Africana, foi lançada a Iniciativa para o Reforço da Capacidade Produtiva da África, como componente industrial da NEPAD. A iniciativa, que ainda está na sua fase inicial, foi concebida para aumentar a produção de produtos manufaturados e introduzir políticas que fomentem o desenvolvimento industrial sustentável.
Neste Dia da Industrialização da África, reafirmemos o nosso apoio a esta iniciativa e aos amplos esforços da África para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O sistema das Nações Unidas, notadamente a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, continuará a desempenhar o papel que lhe compete neste domínio.

20 de Novembro de 2003
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal
Este ano, o tema da comemoração -- "Aceleração da Integração da África na Economia Global por meio de uma Industrialização e de um Acesso aos Mercados Efetivos" -- sublinha o papel fundamental dos esforços em prol da industrialização da África na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e dos objetivos da Nova Agenda para o Desenvolvimento da África (NEPAD).
Para os países africanos, o desafio da globalização tem que ver, em grande medida, com aumentar a sua eficácia e competitividade. Isto depende, por sua vez, de um contexto propício: economias dinâmicas e estáveis, uma sólida base de exportações, fluxos de investimento regulares e, acima de tudo, estabilidade política. Embora a eficácia e a competitividade dependam, em última análise, das empresas, o papel da política econômica e industrial é crucial. Os governos podem e devem ajudar a reforçar as vantagens comparativas, criando um ambiente propício para o comércio e a indústria, melhorando, por exemplo, as infra-estruturas e as tecnologias, reduzindo o custo das transações, reforçando a governabilidade e criando uma mão-de-obra qualificada e instruída. A mobilização de competências, pessoas, tecnologias e conhecimento não é automática; exige políticas cuidadosamente delineadas e um apoio sistemático, tanto no plano nacional como no internacional.
A industrialização dá um contributo variado e inestimável para a atenuação da pobreza: aumenta a produtividade, cria emprego, reduz a exposição aos riscos, aumenta os bens geradores de riqueza dos pobres e ajuda a diversificar as exportações. O comércio internacional é um parceiro essencial da industrialização; tal como o comércio é uma fonte de crescimento industrial também este ajuda a aumentar a capacidade comercial de um país. Os países africanos precisam diversificar os seus produtos e abandonar os padrões comerciais, existentes desde há muito, que implicavam numa dependência excessiva da exportação de matérias-primas e de produtos semi-transformados, bem como das vantagens comparativas tradicionais -- as matérias-primas e a mão-de-obra não qualificada. Há todo o interesse em atribuir uma maior importância aos produtos de valor agregado e à especialização. No entanto, o acesso aos mercados é decisivo para o êxito desta abordagem. Apelo uma vez mais à eliminação dos subsídios e direitos alfandegários que impedem os países pobres de competirem em condições equitativas, no sistema de comércio internacional, e de escaparem à pobreza, graças ao comércio.
No Dia da Industrialização da África, reafirmo a determinação da família das Nações Unidas, e em especial da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, em promover energicamente a integração de África na economia global através de uma industrialização e de um acesso aos mercados efetivos.

20 de Novembro de 2002
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal
Este ano, o tema da comemoração -- "A Industrialização da África e as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação" -- visa sublinhar a importância da revolução digital no contexto dos esforços da África para atenuar a pobreza e alcançar o desenvolvimento industrial.
África continua a enfrentar sérios obstáculos nesta esfera; entre eles figuram fragilidades em termos de recursos humanos, infra-estrutura e instituições, problemas de governo e direitos aduaneiros que não incentivam a produção de produtos transformados e limitam o seu acesso aos mercados mundiais.
Embora as tecnologias da informação e comunicação (TIC) não possam resolver todos estes problemas, podem contribuir significativamente para colocar a África numa situação melhor no plano industrial. As tecnologias da informação constituem uma parte fundamental do desenvolvimento industrial. Podem aumentar a eficácia dos sistemas de produção. E podem ligar lugares distantes, reduzindo os custos dos transportes e comunicações.
Mas não se trata apenas do conteúdo das atividades industriais em termos de informação estar a aumentar rapidamente. As TIC podem disponibilizar aos produtores africanos valiosas informações sobre oportunidades de mercado, ao mesmo tempo que aumentam a sua capacidade de comercializar os seus produtos -- por exemplo, ligando os centros industriais e comerciais africanos aos seus congêneres no resto do mundo. As TIC também podem reforçar os recursos humanos do continente, proporcionando formação que conduza a meios de subsistência sustentáveis e ensino à distância que ligue as zonas rurais longínquas, ajudando ainda a combater doenças mortíferas e debilitantes como o HIV/AIDS (VIH/SIDA), ao colocarem ao alcance das pessoas informação de caráter médico de elevada qualidade.
O desenvolvimento das TIC é uma das prioridades da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD). Os Governos africanos devem garantir que estão a se esforçar ao máximo para ajudar os seus cidadãos a aproveitarem as oportunidades que a revolução digital oferece. Os países desenvolvidos, como parceiros da NEPAD, devem apoiar tais esforços. Exorto, em particular o setor privado, a considerar atentamente as oportunidades de investimento na África, e a trabalhar com os Governos e organizações internacionais para criar condições propícias ao investimento. O sistema da ONU e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial desempenharão também o papel que lhes compete, a fim de assegurar que as TIC estejam ao serviço dos esforços do continente para alcançar o desenvolvimento industrial e da procura mais geral do progresso e da paz.
Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal

Portal Nosso São Paulo - www.nossosaopaulo.com.br

Globalização. Conceitos
Crescente interdependência de economias e sociedades, gerada pela progressiva liberalização do comércio internacional e pela integração dos mercados financeiros, e tornada possível pela rápida e ampla evolução e difusão das tecnologias de informação e comunicação (TIC)
Ritmo de inovação tecnológica, em função da queda do preço da tecnologia:
(unidade de computação) antes (1972) ....100 $  depois (1996) ....0,01 $
Internet:
1996 – 20 milhões de utilizadores
2000 – 280 milhões de utilizadores
2000 – 93% dos utilizadores nos países OCDE
revolução tecnológica
• a revolução tecnológica, iniciada pelos países industrializados, facilitou a globalização
• o desenvolvimento económico supõe cada vez mais o acesso à informação, ao saber e à tecnologia, pressupõe infra-estruturas, mas também níveis elevados de educação e qualificação e capacidades
institucionais
• a revolução tecnológica tem-se processado num quadro apelidado de “fractura digital” Norte/Sul; se as TIC facilitam o acesso à informação por parte dos países do Sul, e portanto o acesso ao mercado global, estes países dispõem de uma capacidade limitada de transformar esse conhecimento em factor competitivo
• revolução tecnológica: processo assimétrico e selectivo impacto económico
• liberalização do comércio internacional
• expansão dos investimentos directos estrangeiros (IDE)
• emergência de fluxos financeiros transfronteiriços de grande envergadura: criação de um mercado financeiro global


ÁFRICA FACE À  GLOBALIZAÇÃO
Situação e perspectivas
PARTE II
Situação (1)
Bloqueios persistentes :
10% da população mundial (780 milhões de habitantes) mas:
1% do PIB mundial; 2% do comércio mundial; 1% dos IDEs
2,8% de crescimento anual da população (PED: 1,9%); 5,4% de taxa de fertilidade (PED: 2,9%)
33 PMAs num total de 48 países mais pobres a nível mundial; 34 PPME (países pobres mais endividados) num total de 42
32 países com um “desenvolvimento humano baixo” (IDH do PNUD, 2004) num total de 36
20 milhões de pessoas com VIH/Sida num total de 42 milhões de pessoas infectadas
40% de trabalho infantil (grupo etário 5/14 anos) 60 % da população activa ocupada no sector informal
Situação (2)
Bloqueios persistentes :
estes indicadores traduzem uma situação continuada de estagnação, senão regressão, a nível socio-económico:
• explosão demográfica
• fraco dinamismo e produtividade da agricultura
• industrialização embrionária
• endividamento externo insustentável
• marginalização relativamente aos fluxos comerciais e financeiros globais (“desconexão”)
Situação (3)
evoluções positivas, numa visão centrada não só nos aspectos macroeconómicos
mas também nas dinâmicas sociais:
capacidade de inovação e adaptação no modo como as populações – e, em particiular, as mulheres – têm sabido criar actividades ligadas às necessidades essenciais
progressiva constituição de uma sociedade civil, capaz de incorporar os grupos marginais no processo político e produtivo
integração regional incipiente, mas com sinais de dinamização (criação de pólos de desenvolvimento regional)
iniciativas endógenas para o desenvolvimento e a convergência política
• 2001: transformação da OUA na União Africana - UA
• 2002: lançamento da “Nova Parceria para o Desenvolvimento de África” - NEPAD
África: globalização vs marginalização (1)
Comércio internacional:
participação da África nas exportações mundiais em baixa
1980: 6%
2000: 2%
concentração em produtos primários (mais de 70% das receitas em divisas), com fraco valor acrescentado e muito dependentes da instabilidade dos mercados internacionais (“especialização regressiva”)
Cacau: 40% da produção mundial (Costa do Marfim)
Algodão: 70% da produção mundial concentrada na
região do Sahel (Mali, Benim, Burkina Faso, Chade)
África: globalização vs marginalização (2)
Comércio internacional:
mesmo em relação a estes produtos primários ( com exclusão do sector do petróleo) a África tem vindo a perder quotas de mercado em relação aos outros países em desenvolvimento, em particular, os da Ásia
África: globalização vs marginalização (3)
Comércio internacional:
obstáculos principais no acesso ao mercado internacional:
• tarifas e direitos aduaneiros aplicados, pelos países da OCDE, aos produtos agrícolas são em geral mais elevados (por comparação com os produtos manufacturados) – 11% produtos agrícolas, 4% produção industrial em média nos países do Quadrilátero (UE, Canadá, EUA, Japão)
• subsídios: em 2002, preço do algodão – mais importante produto de exportação dos países da CEDEAO: entre 5 e 10% do PIB, 15% das exportações mundiais – teria sido 25% superior sem subsídios dos EUA aos seus produtores
EUA: 3,9 milhões de Usd de subsídios em 2001, para uma produção que representa 30% do total (primeiro exportador mundial)
EUA/UE/China: subsídios atingiram, em 2001, 4,9 mil milhões de Usd
África: globalização vs marginalização (4)
Comércio internacional:
obstáculos principais ao acesso ao mercado internacional:
• instabilidade dos preços e degradação dos termos de troca:
variações bruscas e muito marcadas dos preços devido a factores climatéricos e à saturação estrutural do mercado no rasto da crise financeira asiática de 1997/99: 20% de queda dos preços dos produtos primários face a uma baixa dos produtos manufacturados de 5% 2001:
Café (principal produto de exportação de 5 PPME): 35%
Algodão: 19%
Peixe: 21 % (Senegal, Mauritânia)
Castanha de caju: 69% (Moçambique, Tanzânia)
África: globalização vs marginalização (5)
Comércio internacional:
liberalizar os mercados dos produtos agricolas primários e semi-industriais por parte dos países OCDE
eliminar os subsídios (em relação, em particular, a produtos como o algodão, o açúcar, o amendoim…com
grande peso nas economias africanas)
• negociações no quadro da OMC: liberalizar o comércio internacional dos produtos dos países em desenvolvimento (ronda de Doha), iniciadas em 2001, sem resultados práticos
África: globalização vs marginalização (6)
Dívida externa: a degradação dos termos de troca contribuiu para o forte endividamento da maioria dos países africanos
• 2002: subsídios dos EUA e da UE aos seus produtores de algodão, levaram a uma baixa de 300 milhões Usd nos rendimentos do continente africano
• iniciativa do BM/FMI (PPME reforçada) para aliviar a dívida de 9 países exportadores de algodão da Africa
Central e Ocidental ascendeu a 230 milhões Usd
• rácio divída externa/PIB:
Africa Subsariana - 1975: 15,3%; 2000: 71,3%
Mali – 2000: 96,1%
Países em desenvolvimento – 1975:13,3%; 2000: 39,1%
África: globalização vs marginalização (7)
Dívida externa:
a iniciativa PPME reforçada conduziu a uma ligeira diminuição da dívida externa dos países africanos
elegíveis (24 dos 34 PPME do continente participam neste programa; só 7 concluíram o processo)
dívida externa - iniciativa PPME reforçada:
•1995 : 32 biliões Usd
•2001 : 26 biliões Usd
África: globalização vs marginalização (8)
Integração regional nível limitado de integração regional, apesar da criação de múltiplas organizações destinadas a promover o comércio intra-africano cooperação regional entravada designadamente por:
sobretudo, resistência política no sentido da convergência das políticas económicas entre países vizinhos, por vezes em conflito ou concorrentes em relação aos mesmos produtos peso da burocracia e má governação (dificuldade em harmonizar as regras aduaneiras…); debilidade das infra-estruturas de transportes e comunicações;
África: globalização vs marginalização (9)
Integração regional
dinamização, nestes últimos anos, da integração regional
UEMOA (União Económica e Monetária da África
Ocidental, 1994, 5 países): eliminação dos direitos de
alfândega, harmonização das políticas macro-ecómicas e
financeiras
• trocas intra-regionais na zona CEDEAO
representam apenas 10,4% das exportações e
12,3% das importações
• trocas intra-regionais representam apenas 15,6%
das exportações e 8,4% das importações;
CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental, 1975/1993, 15 países): para além da integração
económica e monetária (Franco CFA), tem hoje
intervenções de mediação e preservação da paz na região;
África: globalização vs marginalização (10)
Integração regional
dinamização, nestes últimos anos, da integração
regional
SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da
África Austral, 1992, 14 países): marcada pelo
papel da Africa do Sul como pólo regional (79%
das exportações da zona) tem oscilado entre as
atribuições de um organismo de integração
económica (união aduaneira, livre circulação de
pessoas e capitais, gestão das migrações) e as
de um organismo de união política
África: globalização vs marginalização (11)
Novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC)
o impacto da revolução tecnológica em África é ainda muito
limitado: custo elevados das comunicações, caudais fracos,
poucos utilizadores, concentração espacial e social
Utentes de internet (por mil pessoas):
OCDE – 1990: 2,8; 2001: 332,0
África subsariana – 1990: - ; 2001: 7,8
Mali – 2001 : 2,9
A. Sul – 2001 : 64,9
A. Latina e Caraíbas – 1990: - ; 2001: 49,0
Chile – 2001 : 65,6
África: globalização vs marginalização (12)
Novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC)
Custos de utilização:
África – 60 usd por 5 horas de internet
EUA – 29 Usd por 20 horas de internet
A. Subsariana – 1990: - ; 2001: 28
Mali – 2001: 4
Assinantes de telemóveis (por mil pessoas):
OCDE – 1990: 10; 2001: 539
A. Sul – 2001: 242
A. Latina e Caraíbas – 1990: - ; 2001: 160
Chile – 2001: 342
África: globalização vs marginalização (13)
saltos tecnológicos com potencialidades elevadas (grande
capacidade das elites em se adaptarem à modernidade); mas o
efeito do contexto económico-social faz com que o acesso às
NTIC em África esteja concentrado nas capitais e cantonado num
núcleo muito reduzido da população;
fraco efeito multiplicador sobre o desenvolvimento e a
competitividade, e portanto sobre a inserção na globalização; para
superar estes bloqueios:
PNUD e BM iniciaram em 1997 o programa UVA –
Universidade Virtual Africana – cujo objectivo é diminuir a
fractura digital e contribuir para a formação científica e
técnica
PNUD lançou, em 2003, um programa específico para o
continente denominado “Internet Initiative for Africa”
Novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC)
África: globalização vs marginalização (14)
Ajuda pública ao desenvolvimento (APD)
os países da África Subsariana mantêm-se dependentes
da ajuda externa para fazer face à pobreza e integrar a
economia mundial
APD em % do PIB – países em desenvolvimento:
A. Subsariana – 1990: 6,13%; 2001: 4,55%
A. Latina e Caríbas – 1990: 0,48%; 2001: 0,32%
Ásia do Sul – 1990: 1,18%; 2001: 0,84%
APD em % do PIB – países doadores:
1990: 0,33%; 2001: 0,22%
África: globalização vs marginalização (15)
Ajuda pública ao desenvolvimento (APD)
Declínio da APD que afectou sobretudo as zonas e
países mais pobres (A. Subsariana e Ásia)
África: globalização vs marginalização (16)
Ajuda pública ao desenvolvimento (APD)
consenso de Monterrey - Conferência Internacional
sobre o Financiamento do Desenvolvimento
(México, 2002): compromisso dos países doadores
– atingirem até 2015 a meta dos 0,70% do PIB
(0,15% a 0,20% para os PMA)
se o conjunto dos países do CAD (Comité de
Assistência ao Desenvolvimento) da OCDE
aplicassem o consenso de Monterrey, a APD
atingiria o montante de 165 mil milhões Usd/ano – 3
X o nível actual
África: globalização vs marginalização (17)
Ajuda pública ao desenvolvimento (APD)
necessidade reorientar objectivos e métodos da APD:
• passar da assistência condicionada a relações de parceria
• harmonizar objectivos dos países doadores e objectivos dos
países receptores segundo as prioridades definidas por estes
últimos (ajuda deve acompanhar e reforçar dinâmicas internas)
• parceria público - privado
• definir/implementar políticas estratégicas e coerentes
• princípio de subsidariedade: APD deve completar e não
substituir-se às funções dos Estados e actores nacionais
• atenção especial aos “bens essenciais” (Rawls e Sen) -
respondem a necessidades de base e geram liberdade e
justiça social (agenda de “trabalho digno” da OIT)
África e globalização: perspectivas possíveis (1)
dos PAS ao NEPAD : por uma inserção positiva de África numa
globalização justa
PAS, anos 80 e 90: instituições de Bretton Woods lançam políticas
de ajustamento estrutural (liberalização dos preços, liberalização do
do sector bancário, desregulamentação do comércio…)
é ponto assente que os PAS, centrados numa política a curto prazo
de estabilização económica, não produziram os efeitos macroeconómicos
esperados quanto ao crescimento e tiveram custos
sociais elevados
1999: BM e FMI iniciaram um conjunto de programas de redução da
pobreza nos PMA, designados por PRSP (Documentos de
Estratégia de Redução da Pobreza); integrados nos “Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio” – NU, 2000 – representam uma
mudança de paradigma: promover um desenvolvimento sustentado
com base na participação das populações
África e globalização : perspectivas possíveis (2)
dos PAS ao NEPAD : por uma inserção positiva de África numa
globalização justa
2002: lançamento do NEPAD – “ New Partnership for
African Development” no quadro da UA (fusão de 3
iniciativas africanas sob a égide do PR Argélia: Plano
Omega - Senegal; Projecto de Renascimento Africano –
África do Sul; Plano Director para África - Nigéria)
NEPAD: uma visão endógena e estratégica para o
desenvolvimento de África, articulada em torno de 10
objectivos, com mecanismos de acompanhamento e
avaliação dos resultados
África e globalização : perspectivas possíveis (3)
dos PAS ao NEPAD : por uma inserção positiva de África numa
globalização justa
NEPAD - uma visão alternativa:
• responsabilização/compromisso dos africanos quanto aos
destinos do continente
• ultrapassar dois paradigmas paralisantes: Estado
centralizador omnipresente; liberalismo redentor
• evitar o panafricanismo de uma só África: tónica na África
das regiões e territórios e no reforço da regionalização
• objectivo de topo: assegurar a boa governação e reforçar a
capacidade reguladora e distributiva do Estado
África e globalização : perspectivas possíveis (4)
dos PAS ao NEPAD : por uma inserção positiva de África numa
globalização justa
NEPAD - uma visão alternativa:
• forte prioridade: reforçar e modernizar as infra-estruturas
(transportes, energia, água, telecomunicações…)
• promover parcerias público/privado
• reforçar a coerência das políticas a nível nacional, regional
e local, evitando a fragmentação das intervenções e dos
recursos
• reforçar as parcerias com as Organizações do sistema
multilateral e com os doadores bilaterais
África e globalização : perspectivas possíveis (5)
a título de conclusão
nem afro-pessimismo, nem afro-optimismo; mas a
constatação de sinais de uma outra dinâmica interna, vinda
dos próprios africanos e com um grande valor simbólico no
campo da acção prática: um compromisso dos africanos –
em parceria com os doadores externos – para uma África
mais democrática, mais estável, mais equitativa, mais e
melhor inserida na economia global
“ É necessário impor uma verdadeira revolução
copérnica, a tal ponto está enraizado [na Europa] o
hábito de agir por nós, de pensar por nós, de pôr e
dispor por nós, em suma o hábito de contestar que
tenhamos direito à iniciativa, que o mesmo é dizer o
direito à nossa personalidade própria”
Aimé Césaire, 1956











Fome na África
No meio do século 22 antes de Cristo, uma repentina e curta mudança climática causou queda no volume de chuvas, resultando em décadas de seca no Egito. A fome e os problemas civis ocasionados acredita-se que tenha sido a causa do colapso do reino antigo. Um dos registos do primeiro período intermediário dizia "Todo o alto Egito está morrendo de fome e as pessoas estão comendo suas crianças". Historiadores da fome africana tem documentado vários casos na Etiópia e tem explorado os mecanismos tradicionais adotados pelas sociedades africanas para minimizar o risco e prover comida para os mais vulneráveis em tempos de crise.
O encontro colonial viu a África sofrer numerosos e gigantescos casos de fome. Possivelmente o pior episódio tenha ocorrido em 1888 em nos anos subsequentes, com pestes infectando o gado na Eritreia, que se espalhou até a África do Sul. Na Etiópia é estimado que até 90% de todo gado nacional tenha morrido, transformando ricos fazendeiros em pobres da noite para o dia. Isso coincidiu com uma seca causada por uma oscilação do El Niño, epidemias de varíola, e em vários países, guerra intensa. No Sudão no ano de 1888 é lembrado uma das piores fomes da história, pesando também as dificuldades impostas pelo estado mahdista. A tentativas coloniais de "pacificação" só acabaram piorando a situação, como por exemplo a repressão da revolta Maji Maji de 1906. A introdução de plantações não alimentícias como algodão, e as medidas para forçar os fazendeiros a plantarem isto, também causou muita miséria, como no norte da Nigéria, contribuindo para uma fome em massa após uma severa seca em 1913.
Porém, pela metade do século XX, África não era considerada com perigo de fome em massa, exceto por pequenos episódios localizados, como em Ruanda durante a Segunda Guerra Mundial. O espectro da fome voltou no inicio da década de 1970, quanto a Etiópia e o oeste africano sofreram uma enorme seca. A fome etíope é largamente associada também a crise do feudalismo neste país, que ajudaram na queda do imperador Haile Selassie.
Crianças somalis esperando pela ajuda americana da Operação Good Relief em 1992
Desde então, as fomes na África tem se tornado cada vez mais frequentes, maiores e mais severas. Muitos países Africanos não são autossuficientes na produção de alimentos, precisando de outras plantações não alimentícias para conseguir dinheiro. Agricultura na África é vulnerável a flutuação climática, especialmente secas, que podem reduzir o volume de alimentos produzidos. Outros problemas também incluem infertilidade do solo, degradação e erosão, além de desertificação. A mais séria das fomes em massa africanas foram causadas por uma combinação de seca, mal planejamento econômico e conflitos. A fome etíope de 1983-1985, por exemplo, tem estes três fatores, piorados por uma censura do governo comunista etíope em meio a uma crise. No Sudão, em torno da mesma data, seca e crise econômica combinados com a negação que existe falta de comida no país pelo então presidente Gaafar Nimeiry, criaram uma crise que matou aproximadamente 250 mil pessoas, e ajudou para a queda de Nimeiry.
Numerosos fatores pioram a seguridade alimentícia na África, incluindo instabilidade política, conflitos armados e guerra civil. corrupção política e péssimo gerenciamento dos suprimentos alimentícios, além de políticas de comércio que danificam a agricultura Africana. Um exemplo é a fome em massa criada por abusos nos direitos humanos em Darfur no Sudão. AIDS também tem colaborado para danificar a agricultura, reduzindo a força de trabalho.
Recentes exemplos de fome africana incluem a Etiópia em 1973 e meados de 1980, Sudão na década de 1970 e de novo em 1990 e 1998. A fome de Uganda é, em termos de taxa de mortalidade, uma das piores na história, 21% da população morreu, incluindo 60% das crianças.

Doenças da região

*Doença do Sono : A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países da África subsaariana. Menos de quatro milhões destas pessoas têm acesso a um centro de saúde.
Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot implementou uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias para diagnosticar e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot obteve sucesso no bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a reserva humana de tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis desestruturaram sistemas de saúde e forçaram pessoas a migrar, permitindo que tais reservas fossem reconstruidas.
*Malária: A malária está presente em mais de 100 países e ameaça 40% da população mundial. A cada ano, 500 milhões de pessoas são infectadas, a maioria delas na África subsaariana (Estima-se que 90% dos casos mundiais e 90% de toda a mortalidade por malária ocorram na África subsaariana. A doença também ocorre nas Américas Central e do Sul, sobretudo na região amazônica, e em países da Ásia), e 2 milhões de pessoas morrem dessa doença. As vítimas são principalmente crianças de áreas rurais. A malária é a primeira causa de morte de crianças menores de 5 anos na África, e mata uma criança a cada 30 segundos no mundo.
*AIDS: Desde que os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) foram detectados, em 1981, a África é o continente que mais sofre com a doença, especialmente a região subsaariana, segundo o último relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas contra a Aids (Unaids) em maio de 2006.
Embora os dados sobre a incidência do vírus estejam sofrendo uma "desaceleração", segundo o relatório, as proporções epidêmicas ainda são graves na África subsaariana. As taxas de infecção per capita de alguns países da região continuam subindo. Com pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana abriga cerca de 24,5 milhões de infectados, quase dois terços dos portadores de HIV em todo o mundo. Cerca de três quartos dos 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV desde o início da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.




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